A mulher carrega um longo histórico de lutas e conquistas de gêneros. E segue assim, na luta, nos dias atuais quando precisa diariamente enfrentar o machismo no mercado de trabalho. Desde o passado as mulheres precisaram lutar pelos seus direitos, pelo direito ao voto e o direito de trabalhar fora. Pela liberdade de ir e vir sem a companhia de um homem, pela possibilidade de escolher seu próprio casamento, sem que ninguém decidisse isso.
Inúmeros direitos que buscaram com o tempo e que hoje seguem na luta para mudar as desigualdades impostas pela sociedade, dentre elas está o machismo, que limita e desvaloriza a carreira da mulher, muitas vezes tendo que se contentar apenas com o papel de mãe e dona de casa.
As mulheres no mercado de trabalho sofrem com a desigualdade de gênero, trabalhando em jornadas duplas, na verdade triplas ou mais e ganhando menos, aguentando piadinhas e desrespeito, sendo assediada, não podendo ser mães e profissionais. Sendo a maioria na taxa de desemprego e a minoria nos cargos de chefia.
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego das mulheres é 39,4% maior que a dos homens, e isso não significa que as mulheres não estão em busca de um emprego. Isso se deve ao fato da preferência pela contratação masculina, levando em consideração vários fatores injustos e eliminatórios para não contratar uma mulher.
Desde a entrevista a mulher sofre preconceito com o machismo no mercado de trabalho. Um exemplo disso, é ser questionada na entrevista se pretende ter filhos. Imagine para quantos homens essa mesma pergunta deve ser feita? Com certeza poucos ou nenhum. Dependendo da empresa essa pergunta já é eliminatória. Porque eles não estão dispostos, de acordo com a percepção ultrapassada e machista, a dar lugar para uma pessoa com hormônios alterados, humor inconstante e que terá rendimento baixo. E quando são aceitas grávidas, sofrem constantes pressões para desistir e nem voltam após a licença maternidade, ou porque se renderam a pressão ou porque são demitidas.
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O mesmo alegam para as questões biológicas do gênero, dizendo que é ruim contratar mulheres porque quando estão no período menstrual não são produtivas e apresentam emoções descontroladas, choros e surtos.
Quando estão dentro das organizações sofrem com salários mais baixos que o dos homens, muitas vezes exercendo a mesma função, ou uma função mais valorizada, mas não reconhecida por ser executada por uma mulher. Frequentemente são assediadas fisicamente e moralmente e não têm onde procurar ajuda, pois em algumas organizações todos os setores seguem a mesma linha de preconceito.
Não podem expor suas emoções para reivindicar por algo melhor pois já são consideradas fracas e emotivas. Mas também não podem mostrar toda sua força e determinação, por isso precisam ficar sem muito destaque, para que os machistas não as vejam como uma ameaça. Por isso poucas chegam ao cargo de chefia, pois precisam esconder todo seu potencial. Com isso também raramente recebem promoções dentro da empresa e ficam sempre estagnadas.
Esses são fatores que fazem com que algumas optem por sair e trabalhar em casa, já que não têm nenhuma valorização. É até assustador imaginar que isso existe, mas é mais frequente do que imaginamos, com certeza você mulher ou uma irmã, prima, tia ou amiga passou por algum desses e outros episódios de machismo.
Algumas empresas que adotam a política inclusiva estão mudando isso. Porque as empresas que contratam mais mulheres não perdem em nada. Muito pelo contrário, as empresas só tem a ganhar. As mulheres trazem para o quadro de colaboradores mais criatividade, sensibilidade, organização e sucesso, mas mesmo assim algumas organizações acabam não priorizando a contratação de mulheres.
Combater o machismo, não só no mercado de trabalho é uma luta diária, porque ele não vai acabar de uma hora para outra, ele está inserido na sociedade, historicamente, dentro de casa e no entretenimento. É uma luta que ainda leva tempo, ainda falta muito mas hoje conseguimos enxergar valiosas conquistas graças ao poder feminino.