Como a diversidade nos cargos de liderança pode ajudar a aumentar o lucro de uma empresa? Você já se fez essa pergunta? Apesar de num primeiro momento parecer não existir relação, a verdade é que ela existe, e muito.
Tudo começa na seguinte questão: hoje toda grande empresa sabe que para maximizar o lucro é necessário colocar o cliente no centro do negócio. Entender as suas dores, os seus anseios, suas necessidades são fundamentais.
Pois bem, a verdade é que no Brasil 54% da população se declara negra ou parda. Portanto, a maioria dos consumidores do país são negros e pardos. É aí que a diversidade começa a fazer diferença.
A diversidade aumentando o lucro
Se a maioria dos clientes de uma empresa são negros e pardos, não seria lógico ter negros e pardos em cargos de liderança, definindo estratégias dentro da organização? Até porque eles sabem quais são seus desejos.
Um dado interessante é que apesar do Brasil ter 54% de negros e pardos, eles representam apenas 4,7% nos cargos de liderança do alto escalão. Dentre as 100 maiores empresas listadas na B3 no Brasil, sabe quantas possuem presidentes negros? Nenhuma.
Ou seja, essa falta de diversidade gera um choque de realidade entre o alto escalão da empresa e os clientes. Afinal, o alto escalão na maioria das vezes é composto por pessoas vindas de famílias bem-sucedidas.
Por que há essa desigualdade racial no Brasil?
A desigualdade racial no Brasil existe por questões históricas. O país teve um regime escravocrata por mais de 300 anos. Quando a lei áurea foi assinada, a mão de obra escrava foi substituída pela mão de obra europeia.
Ou seja, os negros tiveram dificuldade em saber negociar a sua força trabalho. Com isso se refugiaram em subúrbios criando comunidades isoladas. Como consequência, não tiveram as mesmas oportunidades de qualificação.
Trazendo para os dias atuais, na hora de fazer uma entrevista de emprego, é comum que o negro não tenha o mesmo inglês fluente, o mesmo nível de formação. Enfim, levando em consideração apenas questões técnicas suas chances de competição são mínimas.
E como essa realidade pode ser revertida?
Atualmente, a única maneira de mudar essa realidade é por meio de ações afirmativas. Essas ações existem como forma de inclusão, onde uma determinada quantia de vagas são destinadas para negros e pardos.
Uma ação bem interessante foi um processo de trainee anunciado pelo Magazine Luiza. Ele foi aberto apenas para candidatos negros e pardos. Como consequência houve bastante repercussão, positiva e negativa.
A própria Coca-Cola anunciou que até 2025 quer aumentar a diversidade nos cargos de liderança, e o Google também vem trabalhando nesse sentido. Essas grandes empresas já entenderam o recado do mercado.
E isso não nivela os cargos do alto escalão para baixo?
Um grande erro das empresas é confundir conhecimento técnico com conhecimento estratégico. Se hoje é preciso colocar o cliente no centro dos negócios, ter pessoas que possuem mais empatia por eles aumenta as chances de entender o cliente.
Ademais, o conhecimento técnico pode ser transmitido pela própria empresa que pode oferecer cursos e treinamentos para os colaboradores. Com isso, a empresa ganha em conteúdos estratégicos.
Portanto, acreditar em um nivelamento para baixo é uma verdadeira falácia. Afinal, essa diversidade vai garantir um conhecimento maior do cliente final, gerando assim mais lucro para a própria organização.
Não é para menos que as grandes empresas já estão trabalhando nesse sentido, e que o Nubank anunciou a Anita para um cargo de alto escalão dentro do banco. E quando falamos de diversidade podemos estender o tema.
Ou seja, o alto escalão da empresa precisa sair de Harvard, e se estender para a população negra, parda, lgbtq+, mulheres e por aí vai. Esse é o futuro unindo inclusão social, racial, lucro e diversidade.
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