Esta semana estava pensando nas minhas primeiras experiências como empreendedor e lembrei que a maior parte do que aprendi vem da minha infância e juventude. Não aprendi a empreender através das escolas por onde passei e, sim, através das minhas experiências pessoais.
Lembro como tinha que me virar por não ter dinheiro. Era tudo na base da criatividade e persuasão. Se eu tinha algo que não me servia, tentava passar para frente ou trocar por algo que me interessava. Saía para jogar com os amigos e tentava retornar com os ganhos dos jogos. No interior de São Paulo, no município de Votorantim, éramos acostumados a jogar bolas de gude e figurinhas aquelas que vinham nos chicletes. Jogávamos até com tampas de garrafa, tudo servia para troca.
Nessas situações acima, aprendi a lidar com a perda, a negociar melhores valores e benefícios e, às vezes, perdendo um dia para aprender como ganhar no dia seguinte.
Nas escolas, porém, continuamos o mesmo. Hoje, vejo que não aprendemos a usar nossa criatividade desde cedo. O sistema era muito focado em resultados de aprovação no final do ano e nada mais. Na sala de aula, não aprendemos a iniciar algo do zero, a nutrir esse empreendimento e multiplicar os resultados. Também não aprendemos o que acontece quando se termina a escola. Quais as perspectivas? Por que empreender realmente ajuda e estimula a criatividade?
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Passei por algumas escolas onde conheci amigos com enorme potencial, porém com o passar do tempo foram obrigados a confrontar uma realidade para qual não estavam preparados e, por isso, buscaram a segurança de um trabalho fixo ao invés de investir em seu próprio potencial. Com certeza, você se lembra de amigos que desenhavam muito bem, que eram bons com números ou em contar histórias, colegas que era ótimos líderes e influenciadores e, hoje, não seguiram esse caminho.
Vejo que não fomos preparados para a vida de adulto e, quando nos damos conta disso, já somos adultos. Porém o mundo não é paciente e cobra um preço alto de quem não está preparado. E vejo que nossas escolas falharam no papel de educar de maneira geral e eficiente.