quarta-feira, outubro 1, 2025

5 cientistas negras brasileiras que você precisa conhecer

Mulheres negras e cientistas superaram o machismo e o racismo, se tornando personalidades de sucesso e referência em suas áreas.

No Brasil, 54% da população é negra, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, apenas 12,8% dos jovens negros (homens e mulheres) de 18 a 24 anos chegam ao nível superior. Os dados mostram que o espaço acadêmico ainda é pouco ocupado por estudantes negros, e as personalidades que conseguiram destaque alcançaram com muito esforço e dedicação.

Na contra mão do cenário brasileiro cientistas negras de exatas, humanas e biológicas, superaram o machismo e o racismo, se tornando personalidades de sucesso e referência em suas áreas. Confira:

Enedina Alves Marques

Enedina Alves foi a primeira mulher negra a se formar em engenharia no Brasil. Nascida em 1913, desde criança ajudava a mãe nas tarefas domésticas na casa do militar republicano Domingos Nascimento, em troca de instrução educacional. Trabalhando como doméstica e babá em casas da elite curitibana para custear seus estudos, ela cursou engenharia e se formou aos 32 anos no Instituto de Engenharia do Paraná (IEP).

Viviane dos Santos Barbosa

Nascida na Bahia, Viviane cursou química industrial por dois anos na Universidade Federal da Bahia. Devido a insatisfação com o trabalho administrativo na Petrobras, Viviane resolveu se mudar para a Holanda e ingressar na Delft University of Technology, onde cursou engenharia química e bioquímica. Com garra e determinação concluiu a graduação e o mestrado em nanotecnologia.

Ficou famosa ao desenvolver catalisadores que reduzem a emissão de gazes poluentes. Seu trabalho foi premiado em 2010, durante a conferência científica internacional, na cidade de Helsinki, na Finlândia, onde competiu com outros 800 trabalhos.


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Sônia Guimarães

Sônia sonhava em ser engenheira, porém acabou ingressando na Universidade Federal de São Carlos para cursar física. Sendo a primeira da família a entrar no ensino superior, tomou gosto pela física moderna e, após concluir a graduação em 1979, ingressou em um mestrado em física aplicada na Universidade de São Paulo. Em 1986, começou o doutorado em materiais eletrônicos na University of Manchester Institute of Science and Technology, na Inglaterra. Após concluir a pesquisa, em 1989, tornou-se a primeira mulher negra doutora em física do Brasil.

Há 27 anos, faz parte do corpo docente do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) atuando na área de física aplicada, com ênfase em Propriedades Eletrônicas de Ligas Semicondutoras Crescidas Epitaxialmente.

Maria Beatriz do Nascimento

Beatriz Nascimento nasceu em Aracaju, mas mudou-se com seus pais e dez irmãos para o Rio de Janeiro na década de 1950. Aos 28 anos de idade cursou história na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em seguida fez pós-graduação na Universidade Federal Fluminense em 1981.

Esteve à frente da criação do Grupo de Trabalho André Rebouças (GTAR), na Universidade Federal Fluminense compartilhando com estudantes negros do Rio e São Paulo a discussão da temática racial na academia e na educação em geral.

Seus artigos foram publicados na Revista de Cultura Vozes, Estudos Afro-Asiáticos e Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, além de diversas entrevistas e depoimentos à grande mídia.

Valter Campanato/Agência Brasil

Luiza Helena Bairros

Nascida na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Luiza Bairros foi uma das vozes mais respeitadas no combate à discriminação racial no Brasil. Muito presente na vida política do município, tornou-se um dos grandes nomes do Movimento Negro Unificado (MNU), a principal organização da comunidade negra da segunda metade do século XX.

A ativista graduou-se numa das primeiras turmas de Administração Pública e Empresas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em seguida tornou-se mestre em ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia, com o projeto “O Negro na Força de Trabalho na Bahia, entre os anos 1950-1980”. Se formou doutora pela Universidade de Michigan, nos EUA, trabalhou nas Nações Unidas, com a formulação de programas de combate ao racismo entre os anos de 2001 e 2005, e foi fundamental na construção do Grupo Temático da ONU sobre Gênero, Raça e Etnia.

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