Há quase dez anos como intercambista, tive a oportunidade de ver diversas histórias ganharem novos rumos graças ao intercâmbio. Inclusive a minha, pois cheguei à Irlanda com 22 anos para estudar inglês e hoje participo, com a SEDA College, desse desafio de transformar a vida de estudantes internacionais que também buscam aprender outro idioma. A explicação para tantas mudanças é simples, viver longe de casa, em terras estrangeiras, nos coloca em situações capazes de mudar, um pouco a cada dia, algo ao nosso redor e em nós mesmos.
Um dos principais pontos do intercâmbio é a necessidade de encarar situações difíceis sozinho, sem o apoio da família ou amigos. Logo na chegada, em meio a uma cultura diferente, com pessoas falando uma língua que talvez você não domine, é preciso encontrar lugar para morar, entender como funciona o supermercado, o transporte público, bancos e até o telefone ou internet para manter contato com quem ficou longe. Parece fácil, mas quando é preciso fazer tudo por conta própria, não é tão simples. O primeiro passo, indispensável para essa etapa, é sair da zona de conforto e começar a agir. Começar a cuidar do orçamento, planejar o futuro, mesmo que o futuro represente apenas alguns meses.
O intercâmbio nunca é apenas para aprender ou praticar um idioma. A convivência com pessoas de diferentes nacionalidades nos faz pensar sobre a vida, rever conceitos e ampliar as relações sociais. Nesse processo, descobrimos o outro, é possível entender melhor quem somos e quem queremos ser. É por esse motivo que muitas pessoas decidem continuar a sua jornada após o primeiro intercâmbio. Querem conhecer o mundo até então não revelado a elas ou partes de si mesmas que só descobriram ao começar a observar o próximo com atenção.