sexta-feira, agosto 22, 2025

O impacto da pandemia na vida das mulheres

Além das preocupações com o vírus, familiares adoecendo e necessitando de cuidados, as mulheres tiveram suas responsabilidades triplicadas neste período.

Elas sempre tiveram jornada dupla ou tripla: trabalho, cuidar da casa e dos filhos, e na pandemia as mulheres tiveram muito mais cobranças que anteriormente. Além de permanecerem mais tempo em casa, as preocupações com o vírus, mudanças nos hábitos de limpeza e familiares adoecidos que necessitam de cuidados recaíram sobre as mulheres, que tiveram suas responsabilidades triplicadas neste período.

O desemprego também afetou mais o genêro feminino, isso representa a maior queda da presença feminina no mercado de trabalho dos últimos 30 anos. Além do que, com todas essas resposabilidades e preocupações gerados pela pandemia, as mulheres são a maioria no diagnóstico de doenças mentais: 40,5% das brasileiras reveleram estar com algum sintoma de depressão no último ano.

Cuidados na pandemia

No que diz respeito a trabalhos não remunerados, as mulheres são praticamente unanimidade neste quesito. Uma pesquisa realizada pelo site Mulheres na Pandemia revela que 50% das mulheres brasileiras passaram a cuidar de alguém desde o início do ano passado com a implantação do lockdown.

Ainda de acordo com a pesquisa realizada pelo site, 41% delas relataram estar trabalhando mais neste período, pois além das tarefas profissionais, o consumo familiar aumentou, pois crianças, adolescentes e idosos tiveram suas atividades cortadas e permaneceram mais tempo em casa.

E além de terem responsabilidades e cuidados com o lar, as mulheres são mais presentes quando o assunto é trabalhadores de linha frente do combate ao coronavírus: 7 em cada 10 profissionais sanitários e cuidadores são mulheres, segundo uma pesquisa realizada pela ONU no final do ano passado.

Recuo nos direitos

Além do impacto na aréa profissional e na vida pessoal, as mulheres também sentiram os efeitos da pandemia em outro setor: direitos. A luta por igualdade de gênero está sofrendo um revés com o confinamento. Na Polônia, o governo decidiu retirar o direito das mulheres ao aborto, e na África do Sul, elas tiveram que reivindicar o direito dos centros de planejamento familiar permanecerem abertos durante o período de isolamento social.

Além disso, as mulheres estão mais expostas a pobreza e tem menos representantes nas esferas do poder, o que pode contribuir para a perca de direitos e anos de luta por mais espaço. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou para o estrago já em outubro de 2020: “Se não agirmos agora, a covid-19 poderia apagar uma geração de frágil progresso em relação à igualdade de gênero”.

A violência sofrida pelo gênero feminino é um problema adicional que vem aumentando cada vez mais a medida que mulheres precisam se isolar com os seus agressores durante o período de confinamento. A diretora da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, levanta ainda outras questões com relação ao futuro feminino: “Estamos particularmente preocupados com as jovens, pelo número de adolescentes que ficaram grávidas durante o confinamento, as que não voltarão à escola, o aumento do tráfico de meninas”.

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