quinta-feira, agosto 21, 2025

Quando a vítima é mulher: como a igualdade de gênero pode mudar a visão de uma sociedade patriarcal

A objetificação da mulher é um fato lamentável é uma depreciação do ser feminino, porém ocorre com tanta frequência mesmo em pleno século XXI.

Sem dúvidas a efetivação da igualdade de gênero é uma das vias indispensáveis para a desconstrução do machismo e da misoginia que subjugam a mulher na nossa sociedade. Faz-se mister falarmos um pouco sobre os conceito de machismo e de misoginia.

MACHISMO é a suposição de que o homem é superior a mulher, é uma ordem posta, vigente, que viola os direitos da mulher, que lesiona e mata dezenas delas, todos os dias.

Vale destacar que ele não é o contrário do feminismo, pois o feminismo é a concepção de que mulheres e homens são iguais em direitos e obrigações. O feminismo não objetiva uma inversão de soberania, o movimento é uma reação ao machismo e luta para que as mulheres tenham poder sobre si mesmas.

MISOGINIA é a repulsa, o desprezo ou o pavor ao feminino…vale destacar que a misoginia nada tem a ver com orientação sexual, gostar ou não de fazer sexo com mulheres não define o misógino.

O misógino é aquele que desenvolve uma aversão mórbida ao feminino, a ponto dessa aversão se materializar numa ideologia de opressão, acompanhada de violência que pode se apresentar de várias maneiras: física, psicológica, moral, sexual, política, sociológica e cultural.

Apesar disso, as manifestações de misoginia não são simples de serem percebidas e o nosso intuito aqui, hoje, é deixarmos este alerta.

O machismo e a misoginia estão diretamente relacionados com a violência que é praticada contra a mulher, em nossa sociedade. A exemplo da insistente conduta, de alguns componentes da mídia, em limitar a imagem da mulher a futilidades, ao âmbito doméstico, pura e simplesmente ou ao patamar das necessidades sexuais e de consumo do homem.

A objetificação da mulher é um fato lamentável é uma depreciação do ser feminino, que ocorre com tanta frequência e de forma tão banal, apesar de estamos em pleno século XXI. O mesmo tempo que a objetificam, o endeusamento da sua imagem enquanto menina que “amadurece” mais cedo que o menino, mulher que faz mil coisas de uma só vez, a mãe e a esposa que sempre perdoam e toleram tudo, contribuem para que a mulher permaneça em uma situação de desvantagem e de submissão.

Na sociedade brasileira, a educação sexista com base no patriarcado, ainda é muito presente em nosso dia a dia, as mulheres sofrem assédios desde cedo e esse tipo de situação passa a ser vista com naturalidade, até por elas mesmas, já que esse assédio, muitas vezes é iniciado no seio familiar, se estendendo para as escolas, as ruas, para o trabalho, enfim, em quase todos os ambientes por onde passam, as mulheres são vítimas constantes de assédios sexual, moral e psicológico, muitas vezes, travestidos de elogios…

Sabem aquela mulher tão linda quem nem precisava ser inteligente? Sabem aquela doutora quem nem tem cara de criminalista? E assim por diante…

Há um tempo atrás, determinado jornal, quando noticiou o resultado de um jogo internacional, do futebol feminino, no qual as atletas da seleção brasileira venceram a outra seleção por 4 gols a 0, tal jornal estampou em sua capa a frase “Meninas dão de Quatro”, numa explícita ação machista, desrespeitosa para com as atletas e com total ausência de ética profissional.

Apesar do posterior pedido de “desculpas” do jornal, a misoginia que permeou a manchete, foi inconcebivelmente aviltante.

As condutas misóginas e machistas, não param, todos os dias as mulheres se deparam com notícias que trazem manchetes que, de plano, tentam justificar alguma ação criminosa praticada por homens, contra as mulheres.

“Inconformado com o fim do relacionamento…”

“Ao descobrir que foi traido…”

Estas são as frases que sempre iniciam as notícias dos homicídios qualificados pelo feminicídio (assassinatos de mulheres, em razão do gênero).

O que é pretendido quando se inicia a notícia de um crime, com a justificativa para que ele aconteça?

“Os encontros amorosos ocorriam no quarto da enteada…”

Esta frase foi dita por um repórter, ao narrar o caso de um padrasto, com 40 anos de idade, que, habitualmente, estuprava sua enteada de 12 anos de idade.

O que é pretendido, quando se romantiza, uma violência tão covarde e hedionda, contra uma criança? “Encontros amorosos”?

“Mulher é encontrada bêbada, com sinais de estupro…”

O que é pretendido, quando se inicia a notícia de um crime, colocando em cheque, a conduta da vítima?

Pois é… uma mulher bêbada, “queria o quê”? Vcs sabem, “homem é homem”!

Oi? COMO ASSIM?

Como se pode tentar justificar o cometimento de crimes com o fato de ser “homem”?

Hoje tomamos conhecimento do que ocorre no mundo, em tempo real, o volume de informação chega, por vezes, a nos confundir. Portanto, os profissionais da comunicação devem se preocupar, cada vez mais, com a qualidade dos seus serviços e em observar, a função social do seu trabalho, já que os meios de comunicação tem por finalidade informar, entreter e educar.

Precisamos buscar promover uma reflexão coletiva, pois todas somos peças fundamentais da evolução social.

A luta pela equidade de gênero é uma luta da humanidade, que tem a mulher como protagonista, se o homem faz parte do problema, ele, obrigatoriamente, deverá fazer parte da solução precisamos trabalhar juntas, em parceria, mulheres e homens porque só assim, lograremos êxito na busca pela equidade de gênero.

Para finalizar, deixo para as pessoas uma pergunta:

QUAL A SUA RESPONSABILIDADE NA DESORDEM QUE VOCÊ RECLAMA?

Esse post representa a opinião do colunista e não necessariamente a opinião do Kpacit.

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